DESCARGA PAPILAR (SECREÇÃO DO MAMILO)
- é a terceira queixa mais frequente em relação as mamas;
- pode ser um achado do exame físico frequente afetando aproximadamente 40% das mulheres na pré menopausa, 55% das mulheres multíparas (com mais de um filho) e 74% das mulheres que amamentaram nos últimos 2 anos;
- pode ocorrer apenas mediante expressão do mamilo ou de forma espontânea;
- pode ser uni ou bilateral;
- pode ser uni ou multiductal (saída de secreção por mais de um ducto);
- pode ser branca/leitosa; verde escura ou amarronzada ;hemática (vermelha) ou serosa (amarelo claro);
- podem ser classificadas como descargas patológicas (com alguma doença associada) ou fisiológicas (sem doenças associadas);
- as descargas que merecem maior investigação são as espontâneas, unilaterais, uniductais e de coloração hemática. A idade é um fator de risco associada a descarga papilar. As taxas de malignidade tem média de 2% em mulheres jovens , até 20% para mulheres idosas que apresentam estas características, principalmente na presença de alterações nos exames de imagem.
Causas da descarga papilar:
*galactorréia: secreção branca/ leitosa que pode ser de causa idiopática (sem causa conhecida) em até 35% dos casos. Ocorre de forma habitual até 6 meses após o parto ou término da amamentação. Pode estar associada com outras doenças como hipotireoidismo, doenças renais e outras doenças que causam alterações hormonais. Pode ocorrer também associada a processos irritativos da parede torácica como hespes zoster, queimaduras e cirurgias na mama. Pode ocorrer também devido ao uso de alguns medicamentos como antidepressivos, anti-hipertensivos, antipsicóticos, ranitidina, plasil, domperidona, anfetaminas e anestésicos. Algumas ervas podem ser responsáveis por esta queixa como o anis, erva-doce, amora vermelha entre outros.
*descargas papilares não lácteas podem ser hemorrágicas, serosas, esverdeadas ou enegrecidas, que só serão suspeitas se uniductais, espontâneas, associadas a massas ou nodulações retroareolares ou a alterações na pele. Nessas condições as causas mais comuns são os papilomas intraductais benignos (48-57%), a ectasia ductal (15-32%) e os carcinomas (5-15%).
Diagnóstico: história clínica completa incluindo uso de medicações e ervas e demais queixas que possam estar relacionadas a distúrbios hormonais assim como traumas (até a mamografia pode ser considerada como uma possível causa devido a compressão necessária para realização do exame) e cirugias recentes, exame físico, ultrassonografia das mamas e mamografia para as pacientes com mais de 30 anos.
Tratamento: tratar causas endocrinológicas de acordo com o distúrbio hormonal específico; descartar causas medicamentosas e uso de algumas ervas, necessitando de troca da medicação ou suspensão da mesma se possível; excisão cirúrgica do ducto afetado em casos que não são relacionados a medicamentos, gestação, traumas e etc.