Câncer de mama genético

6 novembro, 2019

As mulheres têm 12% de risco de desenvolver câncer de mama em algum momento da vida. Somente 5 a 10% destes são atribuíveis à predisposição genética e 10 a 15% possuem história familiar positiva.

A capacidade de distinguir as pessoas com alto risco permite que possamos intervir com aconselhamento apropriado, educação, vigilância e prevenção, com o objetivo de melhorar a sobrevida global dessas pessoas.

A análise subjetiva do risco é feita com a pesquisa minuciosa da história clínica e familiar da paciente, hábitos de vida, densidade mamária e uso de alguns modelos para avaliação clinica como o Gail, BRCAPRO, Clauss, IBBIS e Boadicea.

A depender da análise subjetiva do risco da paciente, pode ser indicada uma pesquisa genética com aconselhamento apropriado.

Três classes de fatores de predisposição genética, categorizados pela sua associação com o risco de câncer de mama, são atualmente conhecidos:

- alta: BRCA1 e 2

- intermediária: Chek2, ATM, BRIP 1 e PALB2

- baixa: 8 variantes com baixa associação.

A identificação das pacientes de alto risco visa o emprego de estratégias de prevenção e/ou identificação precoce da doença. Se você tem dúvida se pode ser uma paciente de alto risco e deseja uma avaliação, procure um mastologista.

 

Mastite lactacional

30 outubro, 2018

- É o processo inflamatório da glândula mamária , podendo ser acompanhado ou não de infecção.

- São comumente associadas a amamentação, porém podem ocorrer em mulheres não grávidas, homens e crianças.


*mastite lactacional

- é a infecção da mama na vigência de lactação acompanhada de dor, hiperemia, febre, mialgia e mal estar gera, sendo mais frequenta nas 6 primeiras semanas do puerpério.

- é a mastite aguda mais comum, ocorre com maior frequência no início da amamentação de primigestas (primeira gestação), geralmente é unilateral, e com evolução favorável.

- as fissuras ocasionadas pela amamentação na papila constituem a principal porta de entrada para bactérias. A estase láctea e os cuidados higiênicos inadequados com a mama são fatores predisponentes.

- cursa com endurecimento de parte da mama, hiperemia (vermelhidão), dor e edema (inchaço). Pode apresentar febre, dor no corpo e naúseas associados.

- diagnóstico é clinico, podendo ser realizada cultura do leite em casos de mastites com difícil resposta aos antibióticos.Podemos solicitar ultrassonografia para descartar presença de abscessos associados ao quadro inflamatório.

- diagnóstico diferencial com abscesso mamário: área endurecida, dolorosa com ponto de flutuação associada a sintomas sistêmicos sugerem a formação de um abscesso.

- tratamento do abscesso pode ser realizando punção guiada por ultrassonografia ou drenagem cirúrgica.

- a amamentação deve ser mantida, com exceção de casos de infecção grave que necessite de antibiótico endovenoso.

 

Dor Mamária

30 outubro, 2018

- é uma queixa extremamente comum, representando mais da metade das causas de consulta com o mastologista;

- 45 a 70% das mulheres irão se queixar de dor mamária em algum momento de suas vidas, principalmente abaixo dos 55 anos;

- pode ser classificada quanto a sua origem como verdadeira (proveniente do tecido mamário) ou referida (extra mamária, geralemnte proveniente dos musculos do tórax);

- pode ser cíclica (ocorre sempre no mesmo período), sendo normalmente relacionada a dor bilateral, difusa em peso de causa fisiológica (não apresenta doença associada);

- pode ser acíclica (não ocorre sempre no mesmo período), sendo normalmente relacionada a dor unilateral, localizada, em "fisgada" ou em "queimação" e não tem relaçao com o ciclo menstrual.É menos comum e tem como principais causas: cirurgias prévias, trauma local, mastite infecciosa ou abscesso mamário, cisto inflamado e doenças inflamatórias crônicas como a mastite granulomatosa idiopática;

- as classificadas como referidas normalmente tem relação com dor unilateral e relacionada a esforço, dor além dos limites da mama e que pode ser reproduzida a palpação profunda em alguma área específica da parede torácica. Tem como principal causa dores osteomusculares, doenças cardíacas, pneumonia ou outras doenças do pulmão, hespes zoster, neurite intercostal

- o diagnóstico de mastalgia é estritamente realizado pela história clínica e exame físico. Exames de imagem serão realizados em casos específicos para se confirmar/ descartar outras doenças da mama. Para dor mamária isolada sem anormalidades no exame físico, a avaliação por exames de imagem é normal em 95% dos casos, sem se observar aumento no risco de câncer em relação as pacientes assintomáticas.

- tratamento: uso de sutiã que promova bom suporte a mama (sutiã esportivo adaptável fornece melhor sustentação e redução da dor); dieta rica em vitamina E, fitoestrogênios (soja e linhaça), pouca ingestão de gorduras e rica em verduras; antiinflamatórios; agentes dopaminérgicos (em casos de hiperprolactinemia); moduladores seletivos dos receptores de estrogênios (SERMS).


 

Saída de secreção pelo mamilo (Descarga papilar)

30 outubro, 2018

DESCARGA PAPILAR (SECREÇÃO DO MAMILO)

- é a terceira queixa mais frequente em relação as mamas;

- pode ser um achado do exame físico frequente afetando aproximadamente 40% das mulheres na pré menopausa, 55% das mulheres multíparas (com mais de um filho) e 74% das mulheres que amamentaram nos últimos 2 anos;

- pode ocorrer apenas mediante expressão do mamilo ou de forma espontânea;

- pode ser uni ou bilateral;

- pode ser uni ou multiductal (saída de secreção por mais de um ducto);

- pode ser branca/leitosa; verde escura ou amarronzada ;hemática (vermelha) ou serosa (amarelo claro);

- podem ser classificadas como descargas patológicas (com alguma doença associada) ou fisiológicas (sem doenças associadas);

- as descargas que merecem maior investigação são as espontâneas, unilaterais, uniductais e de coloração hemática. A idade é um fator de risco associada a descarga papilar. As taxas de malignidade tem média de 2% em mulheres jovens , até 20% para mulheres idosas que apresentam estas características, principalmente na presença de alterações nos exames de imagem.

Causas da descarga papilar: 

*galactorréia: secreção branca/ leitosa que pode ser de causa idiopática (sem causa conhecida) em até 35% dos casos. Ocorre de forma habitual até 6 meses após o parto ou término da amamentação. Pode estar associada com outras doenças como hipotireoidismo, doenças renais e outras doenças que causam alterações hormonais. Pode ocorrer também associada a processos irritativos da parede torácica como hespes zoster, queimaduras e cirurgias na mama. Pode ocorrer também devido ao uso de alguns medicamentos como antidepressivos, anti-hipertensivos, antipsicóticos, ranitidina, plasil, domperidona, anfetaminas e anestésicos. Algumas ervas podem ser responsáveis por esta queixa como o anis, erva-doce, amora vermelha entre outros.


*descargas papilares não lácteas podem ser hemorrágicas, serosas, esverdeadas ou enegrecidas, que só serão suspeitas se uniductais, espontâneas, associadas a massas ou nodulações retroareolares ou a alterações na pele. Nessas condições as causas mais comuns são os papilomas intraductais benignos (48-57%), a ectasia ductal (15-32%) e os carcinomas (5-15%).


Diagnóstico: história clínica completa incluindo uso de medicações e ervas e demais queixas que possam estar relacionadas a distúrbios hormonais assim como traumas (até a mamografia pode ser considerada como uma possível causa devido a compressão necessária para realização do exame) e cirugias recentes, exame físico, ultrassonografia das mamas e mamografia para as pacientes com mais de 30 anos.


Tratamento: tratar causas endocrinológicas de acordo com o distúrbio hormonal específico; descartar causas medicamentosas e uso de algumas ervas, necessitando de troca da medicação ou suspensão da mesma se possível; excisão cirúrgica do ducto afetado em casos que não são relacionados a medicamentos, gestação, traumas e etc.